Dois cachorros

Chico César tem uma musica bastante interessante chamada Deus me Proteja

Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim.

Pede proteção contra a maldade de gente boa.
Pede proteção contra a bondade de pessoa ruim.

Um paradoxo! Maldade praticada por gente boa e bondade pratica por gente ruim. Somos assim mesmo. Convivemos com essa dualidade dentro de nós. Creio que é sobre isso que o apóstolo fala na sua já famosa declaração: Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? (Romanos 7.24).

Essa é na verdade a conclusão a qual ele chega depois de discursar sobre a sua luta interior. Releia esse texto pungente:
Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
Quantos de nós temos coragem de chegar a essa mesma conclusão? Quantos de nós fingimos que somos bom e que nada nos tenta e prova, somos fortes e indestrutíveis; quando internamente sofremos amargamente a dualidade entre a prática do bem e do mal?
Isso me lembra a seguinte estória:
“Um ancião índio norte-americano, certa vez, descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira:
– Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom, e eles estão sempre brigando. Quando lhe perguntaram qual cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e respondeu:
– Aquele que eu alimento mais frequentemente.”
E você como tem alimentado seus cachorros?

ACB

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